O Novembro Azul é a campanha que alerta para a prevenção do câncer de próstata. Saiba mais sobre a doença.
Com o fim do Outubro Rosa, o novo mês traz mais uma campanha para alertar a população sobre o câncer: o Novembro Azul , voltado para o público masculino. Um dos principais objetivos é acabar com o preconceito que envolve os .
Para se ter uma ideia, de acordo com estudo realizado neste ano pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 51% dos homens nunca chegaram a consultar um urologista. Por outro lado, a estimativa é de que surjam 7,8 novos casos de câncer de próstata a cada hora.
A importância do Novembro Azul
O processo leva apenas alguns segundos mas, ainda assim, falar do exame de toque retal ainda faz muitos homens mudarem de assunto. Entre o preconceito e o medo que o tema desperta, o diagnóstico tardio da doença surge como consequência.
O resultado é a dificuldade em tratar um problema que, se detectado no início, pode garantir mais chances de cura e não apenas tratamentos paliativos, lembra o diretor da SBU, Alfredo Canalini, um dos coordenadores do Novembro Azul na entidade.
Mas, diferentemente do que se costuma imaginar, o exame de toque retal não é a única alternativa para ajudar a diagnosticar a doença. Além dele, é possível realizar uma ultrassonografia da região e fazer a medição do Antígeno Prostático Específico , a partir de exame de sangue.
Tudo, é claro, de acordo com a indicação de um médico urologista, capaz de definir qual é a melhor escolha para o seu caso ou mesmo se há a necessidade de combinar mais de uma das técnicas.
Novembro Azul promove mudança
Embora o número de homens que procurem um urologista para fazer o exame de toque retal ainda não seja ideal, Canalini revela que é possível perceber um aumento ao longo dos últimos anos, tanto na rede privada quanto na pública.
Ele enfatiza ainda que a conquista dessa mudança de postura é decisiva, uma vez que o evolui silenciosamente e, quando os sintomas aparecem, o diagnóstico já é tardio. Não à toa, a recomendação é de que os exames sejam realizados uma vez por ano, a partir dos 50 anos. Ou, para os casos em que pode existir risco maior, de acordo com determinação médica.
Além da idade, também vale ficar atento aos fatores de risco . Histórico familiar, obesidade e sedentarismo, por exemplo, podem aumentar as chances de surgimento do câncer de próstata.
Por ano, são feitos no Brasil cerca de 69 mil diagnósticos de câncer de próstata. Para conscientizar homens sobre a importância da prevenção e diagnóstico desse tipo de câncer, entidades médicas em todo o mundo iniciam neste mês campanha chamada Novembro Azul. No Brasil, a campanha foi lançada oficialmente no domingo, 1º de novembro, durante o 35º Congresso Brasileiro de Urologia, no Rio de Janeiro.
O movimento surgiu na Austrália, em 2003, durante o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, em 17 de novembro.
De acordo com o médico Alfredo Canalini, membro da Comissão de Comunicação da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o foco da campanha é conscientizar os homens para que façam o exame de próstata, principalmente aos 50 anos, “e mais ainda para aqueles que são do fator de risco, que envolve história familiar forte para câncer de próstata e homens afrodescendentes”.
Quando o câncer de próstata começa a dar sintomas, a doença já está avançada
“A gente lamenta que alguns desses casos [câncer de próstata] não são feitos no momento em que a doença é inicial. Por isso, a gente enfatiza muito o aspecto do exame rotineiro do homem”.
Mais frequente
O urologista explicou que a doença não apresenta sintomas na fase inicial. Quando o câncer de próstata começa a dar sintomas, a doença já está avançada. O câncer de próstata é o mais frequente entre os homens.
Alfredo Canalini destacou que com o aumento da longevidade, a incidência da doença aumentou. “Mais da metade dos tumores malignos de próstata aparece nos homens acima de 65 anos de idade”.
Palestras educativas
Durante o mês de novembro, especialistas da SBU farão palestras em todo o país para informar e orientar a população masculina a respeito da próstata e também as mulheres. “Elas são as grandes agentes de saúde. São elas que conversam com os maridos e os levam para o médico”, ressaltou Canalini.
O aposentado Laurindo da Silva Carneiro, de 73 anos, morador no Rio de Janeiro, faz questão de seguir à risca as recomendações. Graças aos exames e às consultas periódicas ao urologista, ele detectou um tumor na próstata em etapa inicial e foi operado “Não precisei fazer quimioterapia, nem nada, porque vi a tempo [a doença]. Eu vinha sempre acompanhando, todo ano, também. Foi um sucesso total”, disse.
Laurindo Carneiro contou que o filho, de 47 anos, segue seu exemplo. Ao ver que a taxa de PSA (Antígeno Prostático-Específico) no sangue estava alta, fez exames que constataram que a próstata estava inchada. O filho do aposentado passou por uma cirurgia há cerca de um mês e passa bem. “Não dá nenhum aviso, não